sábado, 2 de outubro de 2010

Olá!

Estou fazendo uma pesquisa sobre identidade lésbica no Brasil. Queria muito contar com o apoio de MULHERES HOMOSSEXUAIS para responder a 2 questionários super rápidos. O link para acessá-los é:

http://www.surveymonkey.com/s/DGVFY3B

http://www.surveymonkey.com/s/DGWB9G9

Essa pesquisa é uma tentativa de entender melhor as características da mulher homossexual brasileira. Através desse perfil, será possível publicar artigos, criar vídeos, promover discussões, etc... em busca de uma menor discriminação em relação ao universo lésbico.

Se você respondeu e gostou do questionário, por favor, indique para suas amigas homossexuais.

Muito obrigada,

Lesbicanada.

domingo, 18 de outubro de 2009

EM BUSCA DE TRABALHO

Outra coisa sobre a qual quero falar é a respeito do tal curso que ensina a preparar Cover Letters e Resumes sobre os quais vários brasileiros já comentaram na internet.
Aqui em Regina eu não acho que o curso propriamente dito seja muito diferente de outros lugares no Canadá. É um curso de quatro dias, de 9:00 a 12:00 e de 13:00 as 15:00. Nesse curso eles ensinam a preparar um curriculum e uma carta de apresentação específica para cada emprego anunciado. A princípio eu achei que isso era meio bobagem já que no final da história as minhas experiências profissionais apresentadas seriam sempre as mesmas. Mas eu aprendi que, se eu estou me inscrevendo para uma vaga de técnico, não é a melhor opção eu colocar com muito destaque que eu já fui coordenadora de um setor de arquitetura. Pode ser que a empresa nem me chame para a entrevista por me achar demais para o cargo. Eles explicaram várias nuances que têm que ser consideradas para que você possa chegar a fazer uma entrevista e ter um pouco mais de oportunidade de mostrar quem você é.
Em alguns momentos, é melhor colocar as experiências internacionais (no caso, experiências no Brasil) em mais destaque, em outros, é melhor nem falar sobre elas. Para alguns empregos, é bom você citar seus hobbes e interesses, em outros, isso não faz tanto sentido. Aprender a diferenciar isso é mesmo muito importante para começar a entender o mercado de trabalho canadense. E no final da história a coisa toda fez muito sentido para mim. Achei que foi muito proveitoso fazer o curso.
Mas a grande diferença que eu vejo entre fazer o curso aqui e fazer o curso em Toronto, por exemplo, é a relação que você pode ter com as pessoas que trabalham no local que oferece o curso. Aqui em Regina, o centro de acolhimento ao imigrante chama-se Regina Open Door Society. E, como a cidade é pequena, o número de pessoas que trabalha lá e o número de pessoas que são atendidas é proporcionalmente muito menor do que em Toronto. Isso faz com que a pessoa que te deu o curso lembre de você por vários meses. No processo de triagem até chegarmos a fazer esse curso nós mantivemos contato com um chileno que trabalha lá e que nos manda e-mails com uma certa freqüência toda vez que ele vê algo que possa nos interessar. A própria professora do curso também se mostrou muito disponível para nos ajudar.
A grande diferença que eu vejo aqui em Saskatchewan é que essa província é essencialmente agrícola. Então eles recebem muitos refugiados e/ou pessoas cujo nível de instrução e de inglês é muito baixo. Então quando aparece um grupo de pessoas com curso superior, com um nível razoável de inglês e de entendimento da vida prática, eles fazem de tudo para aproveitar essa pessoa e fazer com que ela entre para o mercado de trabalho o mais rápido possível.
Só para citar o meu exemplo, eu fiz o meu resume e acrescentei uma pequena imagem de um dos meus projetos no cabeçalho. Como aqui é cheio de regras para essas coisas, eu fui perguntar para a professora se ela via algum problema nisso. E ela me disse: vamos perguntar para o fulano. Aí o fulano viu o meu curriculum e me perguntou: você sabe usar Autocad (um programa de computador específico para a minha área)? Eu respondi que sim. Aí ele me falou: no final do curso me dê o seu resume e a sua cover letter que eu vou passá-los para algumas empresas que sempre precisam de técnicos que sabem Autocad.
Resumindo, o cara passou um fax para uma empresa de recrutamento de pessoal na minha frente. Antes disso, ele deve ter perguntado para a professora o que ela achou de mim e fez uma cartinha me apresentando para a tal empresa de recrutamento. No final da história ele me falou que é para eu ficar preparada porque provavelmente essa semana algumas pessoas vão entrar em contato comigo para fazer entrevista.
Eu não sei se eu estou enganada, mas eu não vejo uma situação dessas acontecendo em Toronto. Pelo menos eu nunca vi ninguém comentando que conseguiu arrumar emprego sem colocar o próprio curriculum em um site de busca ou sem se inscrever para alguma vaga. Comigo foi assim e com a minha companheira não foi muito diferente.

Depois de muito tempo, eu volto para falar de duas coisas que fizemos por aqui e que podem ser úteis.
A primeira delas é a respeito da carteira do sistema de saúde. Ficamos enrolando um tempo ate irmos finalmente tirar a nossa porque viemos do Brasil com um seguro que cobria 4 meses (é aconselhável que todo mundo faça isso). Foi excelente porque cobriu o tempo que estivemos na europa também. Mas como faltavam alguns poucos dias para esse seguro vencer, finalmente criamos vergonha na cara e fomos até o Saskatchewan Health Institute.
Pela internet qualquer pessoa tem acesso ao formulário que é preciso preencher para se inscrever no sistema de saúde. Para quem tem família, basta fazer um formulário para a família toda.
O formulário é bem simples. Ficamos um pouco confusas a respeito das datas que eles pedem porque não sabíamos se a data que eles queriam era a data que estava no passaporte ou na carteira de residente permanente. Como temos um outro visto de múltiplas entradas que nunca utilizamos e que sempre causa uma certa confusão na hora de entrar e sair do país, deixamos esses campos em branco e fomos até o Instituto.
Se contarmos o tempo que gastamos para jogar conversa fora com a mocinha do guichê mais o tempo para ela nos instruir sobre as datas, mais o tempo dela tirar o xerox dos nossos documentos e mais o tempo de perguntarmos quando a carteirinha demora para chegar na nossa casa, ficamos aproximadamente 5 minutos dentro do lugar! Eu nem preciso dizer o quanto rimos ao sair de lá. "Igualzinho" às filas do INSS...
Dentro de 4 semanas as carteiras chegarão pelo correio. Se nesse intervalo precisarmos ir ao médico, basta pedir um recibo porque depois podemos pedir reembolso. E antes de pedir o recibo, podemos pedir aos funcionários da clínica para ligarem para o Instituto porque se eles já estiverem com o nosso número cadastrado, isso já entra para a nossa carteirinha e não precisamos pagar nada.
O próximo passo é escolher o médico da família. Quando isso acontecer, eu volto aqui para contar.

domingo, 6 de setembro de 2009

EUROPA E CANADÁ

Como Deus é um cara maravilhoso, nós tivemos uma oportunidade maravilhosa e estamos passando um mês na Europa. Metade a trabalho, metade a passeio. E tudo inteiramente perfeito.
É a primeira vez que eu venho a Europa e estou muito feliz por ver de perto tudo que os livros de arquitetura mostravam em duas dimensões. Agora eu entendo o que alguns professores falavam na faculdade quando afirmavam que não dá para ser arquiteto sem conhecer isso aqui.

E agora eu também entendo em essência o quanto o Canadá é realmente um país maravilhoso. Aqui é tudo lindo, tudo divertido, mas nem de longe chego a sentir a sensação de ser bem vinda que sinto no Canadá. O fato de ser um país cuja história é muito recente faz com que ele seja infinitamente mais aberto a diferenças. Diferenças aqui (especialmente na França) despertam curiosidade, mas ao mesmo tempo um certo incomodo. No Canadá a sensação que tenho é que quanto mais houver pessoas diferentes culturas, mais eles conseguirão costurar a imensa colcha de retalho que é a sociedade deles. E isso faz com que tenha lugar para todo mundo.

Vir até aqui criou em mim uma identidade com o Canadá que até então eu não conseguia perceber. Mesmo que seja um país rico e o Brasil seja pobre, mesmo que ele tenha invernos rigorosos e o Brasil seja quente, mesmo com todas as inúmeras diferenças, ser das Américas traz sim uma identidade que não percebemos. Somos do mesmo continente, fomos todos colonizados (mais ou menos brutalmente), somos todos muito jovens como nações, temos sangue indígena em nossas veias, estamos escrevendo a nossa história e definindo a nossa identidade sem que isso já esteja tão completamente definido nos livros de história.

Com certeza eu ainda não consigo entender tudo que essa viagem fará de diferença na minha percepção do mundo e da arquitetura, mas com certeza já sei que ela serviu para reafirmar a minha escolha pelo Canadá como meu novo país.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Ontem, finalmente, chegaram as nossas carteiras de identidade canadense (Permanent Resident Card). Não chegou a demorar o tempo que achamos que demoraria. Tinham dito que seria em torno de 45 dias, mas chegou com 30. Nem preciso falar o quanto isso nos deixou felizes.
Nesse um mês que estamos aqui já fizemos muitas coisas para o nosso processo de adaptação mas também ficamos sabendo de muitas outras que ainda precisamos fazer e que nem fazíamos idéia. Andei olhando um curso de arquitetura (technician) que me pareceu bem interessante. Fomos algumas vezes ao Regina Open Door (centro de acolhimento de imigrantes) e o trabalho deles é realmente muito bom para um recém chegado. E descobrimos que precisamos nos aplicar para o serviço de saúde de Saskatchewan, e isso é por onde quero começar a falar.
Eu não sei muito bem como funciona no resto do Canadá, mas eu acredito que seja basicamente a mesma coisa. Antes eu achava que bastava ter o SIN (Social Insurance Number) e já estaríamos cobertas pelo plano nacional de saúde. Mas não é bem assim. Nós teremos que procurar o Saskatchewan Health (http://www.health.gov.sk.ca/how-to-register) e, preenchida toda a papelada e entregue todos os xerox que eles exigem, demoram algumas semanas para termos a nossa carteirinha. Com o SIN nós temos direito de usar o sistema de saúde em caso de emergência. Mas para marcarmos uma consulta, precisamos do cartão expedido pela província.
Ao contrário do que eu já vi em muitos blogs, aqui é sim possível ir a um médico sem muita demora. A dois quarteirões da nossa casa existe o que eles chamam de "walk-in clinic" que, como o nome já diz, qualquer um pode ir e pedir para se consultar. Eu tentei fazer isso para conseguir uma receita de um remédio que eu preciso, mas acabei deixando para voltar depois. Mas a informação que eu tive é que pagando CAN$ 30,00 você pode se consultar mesmo se não tiver o SIN. Não sei se são apenas clínicos ou se existem especialistas nessas clínicas também, mas já fiquei bem mais tranquila por saber que posso "burlar" o sistema de saúde caso isso seja necessário.
Uma grande vantagem de se morar em uma cidade do porte de Regina é que dificilmente vai ter uma enorme quantidade de pessoas na fila para serem atendidos. Então acredito que aqui, ao contrário de Vancouver ou de Toronto, dificilmente alguém vai esperar 5 horas com uma dor abdominal. E o melhor é que dentro da própria clínica já tem uma farmácia. Aí você já faz o serviço completo.
Agora... voltando para o mundo dos que já tem a carteira de saúde de Saskatchewan, vamos àqueles fatos que fazem do Canadá um lugar inacreditável para um brasileiro. Estava conversando com um amigo canadense e ele me disse que quando eu tiver a carteirinha, se eu for ao médico e ele me prescrever um remédio, o valor máximo que pagarei por esse remédio será CAN$ 8,00. Eu cheguei a olhar o valor do remédio que eu preciso tomar (CAN$ 41,65), mas se eu já tivesse a carteira, eu pagaria no máximo CAN$ 8,00. É porque aqui o governo entende que se o médico te mandou tomar o remédio é porque é papel dele (governo) subsidiar seu tratamento. Nem comento o quanto esse país me deixa de boca aberta...

sábado, 25 de julho de 2009

Como eu já disse anteriormente, nós estamos morando em uma cidade chamada Regina. Essa cidade é a capital de uma província (estado) chamada Saskatchewan. Como o Canadá é um país de dimensões comparadas (maior, inclusive) ao tamanho do Brasil, fica fácil para um brasileiro entender que existem significativas diferenças geográficas entre algumas províncias. E é sobre isso que eu quero falar.

É sabido por muitas pessoas que Vancouver tem uma das temperaturas mais amenas do Canadá. E isso realmente é verdade. São poucos os invernos em que Vancouver chega a registrar muitos dias com temperaturas abaixo de 0oC. Já em Regina, os invernos (como o do ano passado) chegam a atingir temperaturas abaixo de 40oC com sensação térmica de quase -50oC.

Quando dito assim, provavelmente para a maioria dos brasileiros a escolha imediata de um lugar para morar no Canadá seria Vancouver. Mas eu gostaria de fazer algumas considerações a respeito disso porque o que a princípio parece preto no branco, revela uns cinzas e uns azuis aí que, para mim, fazem toda a diferença.

Vancouver tem temperaturas amenas para um país tão próximo dos pólos mas, pela proximidade com o Pacífico e as massas de ar quente que encontram com ar frio e zzz...zzz...zzz... meteorológico, lá chove pra caramba no inverno. Aliás, no inverno, na primavera, no outono e, sometimes, no verão também. Vancouver é uma das cidade onde mais chove no Canadá. E pelos meus cálculos (nada compromissados com a ciência), chove uns 200 dias por ano. Só de pensar, eu já fico deprimida.

Já em Regina, o frio começa por volta de outubro e termina lá pra abril. Fazendo as contas nos dedos, estamos falando de sete meses nos quais a temperatura é menor do que 15oC. Ou seja, os 200 dias por ano que chovem em Vancouver, fazem frio em Regina. Para quem vem de Belo Horizonte como é meu caso, é só imaginar aqueles 10 dias por ano de inverno que nós temos multiplicados por 20...

Só que os 10 dias de frio em BH me incomodavam muito mais do que os 200 dias daqui. E a diferença é muito simples: tudo aqui é preparado para o frio. Dentro de casa, você controla a temperatura. Na minha, está sempre 24 graus. Nos shoppings, nos cinemas, nos supermercados, nos hospitais, em todo lugar que se vá, a temperatura gira sempre em torno disso também. Só existe inverno mesmo fora de ambientes fechados. Nesse sentido, Vancouver e Regina empatam, afinal, a chuva também só fica lá fora. Mas, na minha opinião, andar na neve é muito (mas muito mesmo!) melhor do que na chuva.

Tudo bem que é preciso colocar casaco, bota, cachecol, protetor de orelha, gorro... tudo para se proteger quando se está do lado de fora. Mas existem tantas possibilidades indoor, o transporte coletivo é tão eficiente, os acessos cobertos/fechados são tantos que a vida não fica assim that difficult...

Agora... voltando à questão dos cinzas e dos azuis entre o preto e o branco, isso foi uma alusão ao céu de Vancouver e de Regina. Vou colocar duas imagens aqui que falam por si...

Janela coberta de neve em um dia de inverno em Regina. (Céu azul no inverno)
Um dia de verão em Vancouver. (Céu cinza no verão)
Eu não sei quanto a você, mas para mim o azul do céu e o sol são fundamentais para me manter com bom humor. Eu ODEIO dias cinzentos. Então, apesar de eu ter amado Vancouver, de ser uma cidade linda, cheia de opções de lazer, estudos, cultura, etc., apesar de ser a cidade que mais aceita a comunidade gay do Canadá e blá, blá, blá, nós colocamos Regina em primeiro lugar no nosso coração e na nossa vida porque ela é a cidade do Canadá com maio quantidade de horas com sol por ano. Cada um tem sua própria medida de influência (ou não) da natureza... Mas... que me perdoem os dias feitos, mas sol é fundamental.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Pena que uma foto não é capaz de mostrar a real beleza de um lugar...